Poesias/ Poemas

      Inspirados pela Guerra Civil Espanhola

A Guerra Civil Espanhola motivou e inspirou artistas no mundo todo. A violencia do conflito , a morte, o exílio de importantes artistas serviram de bases para diversas obras do seculo XX.

Espanha no coração do hino às glórias pessoas em guerra españa en el corazón) é uma coleção de poemas do poeta chileno Pablo Neruda, que expôs os horrores da Guerra Civil Espanhola, e que também introduziu sua postura republicanaEste livro mostra a sua cara lutador e poeta idealista.Este livro mostra a sua cara lutador e poeta idealista.

Espanha no coração (trecho) - Pablo Neruda

E uma manhã tudo o que estava queimando,uma manhã as fogueiras da terra devorando seres humanos (...) veio através do céu para matar crianças e as ruas o sangue das crianças corria simplesmente, como sangue das crianças (... ) Venham ver o sangue nas ruas, Venha ver o sangue nas ruas, Venha ver o sangue nas ruas!

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Manuel Bandeira – Verso a Frederico Garcia Lorca

(Federico García Lorca (Fuente Vaqueros, 5 de junho de 1898 — Granada, 19 de agosto de 1936) foi um poeta e dramaturgo espanhol, e uma das primeiras vítimas da Guerra Civil Espanhola.)


Sobre teu corpo, que há dez anos
se vem transfundindo em cravos
de rubra cor espanhola,
aqui estou para depositar
vergonha e lágrimas.
Vergonha de há tanto tempo
viveres — se morte é vida —
sob chão onde esporas tinem
e calcam a mais fina grama
e o pensamento mais fino
de amor, de justiça e paz.
Lágrimas de noturno orvalho,
não de mágoa desiludida,
lágrimas que tão-só destilam
desejo e ânsia e certeza
de que o dia amanhecerá.
(Amanhecerá.)
Esse claro dia espanhol,
composto na treva de hoje
sobre teu túmulo há de abrir-se,
mostrando gloriosamente
— ao canto multiplicado
de guitarra, gitano e galo —
que para sempre viverão
os poetas martirizados.
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Carlos Drummond de Andrade

Drummond fez umas traduções de poemas espanhóis em plena Ditadura Vargas. Ou seja, ele estava falando da Espanha, mas também estava falando do Brasil.Carlos Drummond de Andrade arrisca poemas narrativos e participativos, como na sua fase mais vermelha, de A ROSA DO POVO. De repente, algo da ROSA DO POVO vem dessas traduções da poesia espanhola da guerra civil.

Carlos Drummond de Andrade – Notícias de Espanha

Aos navios que regressam
marcados de negra viagem,
aos homens que neles voltam
com cicatrizes no corpo
ou de corpo mutilado,
peço notícias de Espanha.
Às caixas de ferro e vidro,
às ricas mercadorias,
ao cheiro de mofo e peixe,
às pranchas sempre varridas
de uma água sempre irritada,
peço notícias de Espanha.
Às gaivotas que deixaram
pelo ar um risco de gula,
ao sal e ao rumor das conchas,
à espuma fervendo fria,
aos mil objetos do mar,
peço notícias de Espanha.
Ninguém as dá. O silêncio
sobe mil braças e fecha-se
entre as substâncias mais duras.
Hirto silêncio de muro,
de pano abafando boca,
de pedra esmagando ramos,
é seco e sujo silêncio
em que se escuta vazar
como no fundo da mina
um caldo grosso e vermelho.
Não há notícias de Espanha.
Ah, se eu tivesse navio!
Ah, se eu soubesse voar!
Mas tenho apenas meu canto,
e que vale um canto? O poeta,
imóvel dentro do verso,
cansado de vã pergunta,
farto de contemplação,
quisera fazer do poema
não uma flor: uma bomba
e com essa bomba romper
o muro que envolve Espanha.

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Há vários outros (as) literários (as) que se manifestaram no contexto da Guerra Civil Espanhola como: 

Flávio de Carvalho

Lygia Fagundes Telles

Cacilda Becker 







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